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Arnaldo Cohen

Professor of Piano

Indiana University

Após uma de suas apresentações em Nova Iorque, Shirley Fleming, jornalista e crítica do jornal The New York Post, assinalou: “A performance do pianista brasileiro foi tão prodigiosamente poderosa que, de vez em quando, alguns chegaram a desejar uma pausa para descanso. A vulcânica Sonata em Si menor, de Liszt, mostrou uma síntese do pianista: sonoridades violentas, pacíficos interlúdios de tonalidades suaves e ardentes, e absoluta clareza de toque. A avalanche de notas escritas por Liszt não chegou, em momento algum, a ameaçar Cohen. Duvido mesmo que algo consiga ameaçá-lo”.

Ao receber suas primeiras aulas de música aos cinco anos de idade, Arnaldo Cohen iniciava o percurso que o levaria a se tornar o único aluno na história da universidade brasileira a graduar-se com grau máximo em piano e violino, pela Escola de Música da UFRJ. Aos 20 anos, após uma passagem de três anos pela Faculdade de Engenharia, Cohen optou pelo piano, seguindo a orientação do grande pianista brasileiro Jacques Klein, com quem estudaria por quatro anos. Durante esse período, para pagar os estudos, o pianista trabalhou como violinista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Complementando sua formação no Brasil, Cohen teve aulas em Viena com Bruno Seidlhofer e Dieter Weber. Em 1972, após conquistar, por unanimidade do júri, o Primeiro Prêmio do prestigioso Concurso Internacional de Piano Busoni, realizado em Bolzano, Itália, as portas de uma brilhante carreira musical se abriram para o jovem de 24 anos.

Em 1981, radicou-se em Londres e desde então cumpriu uma carreira internacional que o levou a teatros como o Scala de Milão, o Concertgebouw de Amsterdã, o Symphony Hall de Chicago, o Théâtre des Champs-Elysées, em Paris, o Gewandhaus de Leipzig, o Teatro La Fenice de Veneza, o Royal Festival Hall, o Barbican Center e o Royal Albert Hall. Ao longo de sua carreira, Cohen se apresentou em mais de 4.000 concertos como solista de orquestras como a Filarmônica de Londres, Royal Philharmonic Orchestra, Philharmonia Orchestra, Orquestra de Cleveland, Filadélfia e Filarmônica de Los Angeles, colaborando com regentes do calibre de Yehudi Menuhin, Kurt Masur e Wolfgang Sawallish.

Além de suas apresentações como recitalista e concertista, Arnaldo Cohen transita também, com igual desenvoltura, pelos domínios da música de câmara: durante vários anos, integrou o Trio Amadeus, formado pelo violinista Norbert Brainin e o violoncelista Martin Lovett, membros do célebre Quarteto Amadeus.

Após viver mais de vinte anos em Londres, Cohen transferiu-se para os Estados Unidos em 2004, para assumir uma cátedra vitalícia na Escola de Música da Universidade de Indiana. Cohen mantém ainda uma intensa agenda de masterclasses junto a inúmeras instituições acadêmicas em todo o mundo. Na Inglaterra, lecionou na Royal Academy of Music e no Royal Northern College of Music, onde recebeu a comenda de “Fellow Honoris Causa”. Seu interesse pela vida acadêmica levou-o a participar da banca de vários concursos internacionais, como o Concurso Chopin, em Varsóvia, Van Cliburn nos EUA, Busoni na Itália, entre outros. Foi condecorado pelo governo brasileiro com a Ordem do Rio Branco e pelo Estado de São Paulo com a Ordem do Ipiranga.

Em março de 2019, Arnaldo Cohen foi agraciado pela Universidade de Indiana com o mais alto título acadêmico concedido nos EUA, o de Distinguished Professor. Cohen é o primeiro músico brasileiro a receber tal comenda.

Quando do lançamento de sua versão das Variações sobre um Tema de Haendel, de Brahms, registrada para o selo VOX, o então crítico do The New York Times, Harold Schonberg, escreveu: “Não conheço nenhuma gravação moderna que se aproxime desta”. A publicação norte-americana Fanfare assinalou que a interpretação de Arnaldo Cohen se encontrava “no mesmo nível de Rudolf Serkin”. Um outro CD, com obras de Liszt para o selo Naxos, chegou a ocupar durante quatro meses os primeiros lugares das listas dos mais vendidos na Inglaterra. Para o selo sueco BIS, Cohen gravou um CD inteiramente dedicado à música brasileira - “Brasiliana – Três Séculos de Música do Brasil”. Sobre essa gravação, o crítico do jornal inglês The Times escreveu: “Cohen é possuidor de uma técnica extraordinária e capaz de chamuscar as teclas do piano ou derreter nossos corações”. Ao escolher a gravação com obras de Liszt, para o selo BIS, para integrar a seleta lista do “Editor’s Choice” da revista Gramophone, o crítico justificou: “Sua interpretação de Liszt não fica nada a dever à famosa gravação feita por Horowitz tanto em cores como em temperamento. Sua maturidade musical e virtuosidade estonteante o colocam na mesma categoria de Richter”. A mesma Gramophone não poupou elogios ao CD de Cohen com os concertos de Liszt, como solista da Orquestra Sinfônica de São Paulo (OSESP) e regida por John Neschling. O crítico Jeremy Nicholas resumiu essas performances como “difícil de superar”.

No Brasil, Cohen gravou os Concertos de Rachmaninoff com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regida pelos maestros John Neschling e Jan Pascal Tortelier.

O crítico Steve Smith do New York Times definiu a arte de Cohen: “Com uma técnica infalível, sua performance foi um modelo de equilíbrio e de imaginação.” Yehudi Menuhin, um dos maiores músicos de todos os tempos, foi mais longe: “Arnaldo Cohen é um dos mais extraordinários pianistas que já ouviu”.

Arnaldo Cohen
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